sábado, 28 de agosto de 2010

O MUNDO COMO ILUSÃO (2)

Qualquer um pode ser presidente de um país ou CEO de uma organização. Veja bem: qualquer um. Se qualquer um pode ser qualquer coisa, por que alguns são os escolhidos? Pode-se transformar qualquer pessoa em qualquer pessoa "de respeito". Por outro lado, pode-se excluir pessoas de qualquer lugar.

Justiça não é igual para todos. Basta ter dinheiro para pagar "bons" advogados e pronto, o sujeito está livre de qualquer imbróglio. Como assim? O que sabem os "bons" advogados que os outros não saibam fazer? Suspeito que "bons" advogados são os que são de confiança do poder judiciário, os que conhecem o caminho das minas, para derramar dinheiro durante anos para que o crime prescreva.

Tudo e todos têm seu preço diz a sabedoria popular. E, dessa forma, os "bons" advogados valem muito, a saber, quantos terá de subornar e quanto terá de pagar durante anos. É por isso que os que têm dinheiro, geralmente alcançados de forma ilícita, têm "bons" advogados. Ora que mundo cínico este em que vivemos.

É a parte intermediária da pirâmide, nem o topo nem a base, tentando sobreviver, para "se dar bem", da única forma possível que conhecem e são capazes neste mundo.

Apenas o que não são iliusão são a hipocrisia e o cinismo reinante neste mundo. É tão visível esta hipocrisia e este cinismo que uma vez ou outra se pune alguém. Nenhum coitado, é claro, mas alguém tem de pagar pelo bem de todos os incapazes de se dar bem, se não pensando sempre apenas em se dar bem. É este o mundo que temos.

E, não pensem que um dia eles vão se dar mal, nem depois de todo o mal que fizeram. Maldita fé em Deus, em ter dignidade e ser correto. Só se ferra quem pensa assim. Quero ver o mal que me fazem ser pago aqui e agora. Não quero passar a vida me dando mal por pensar que o bem está acima de tudo e, que "um dia", o dia deles vai chegar. Todos sofremos igualmente neste mundo fazendo o mal ou não. Pelo menos eles que fazem o mal gozam do conforto que toda sua vida de atos incorretos para se dar bem os fizeram alcançar.

Ficamos nós aqui esperando um dia eles se darem mal. Ferrados como estamos (por eles), esperamos o dia, que talvez nunca cheguemos ver chegar. Ou Deus muda isto ou ELE que não venha deixar que nos enganem desta forma. Não temos nada a perder. Quem tem são os do meio da pirâmide e do topo. Nós aqui da base sequer devíamos estar aqui. Por que não nos exterminam de uma vez? Pensar que estão excluindo (ferrando) os que incomodam pode ser muito perigoso: nós pensamos, nós sabemos, só ainda não fazemos.

E, quando nos dermos conta de que somos em grande número também, aí pode ser que comece haver equilíbrio entre o bem e o mal neste mundo, a ponto de um dia todos saberem que talvez possa valer a pena ter dignidade e ser temente a Deus. Por enquanto, somos os otários que todos querem ver pelas costas e longe. Se possível bem na pior, enquanto nós esperamos que um dia eles paguem por tudo de ruim que nos fizeram.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O MUNDO COMO ILUSÃO

Como uma cidadã comum tentando viver neste mundo é impossível não perceber que muitas coisas não estão corretas. A começar pelas pessoas e o modo de vida que levam tentando, para sobreviver neste mundo, "se dar bem a qualquer custo". Nada mais importa ou sequer se preocupam ainda fazer crer que podem importar como a dignidade individual. Ou se entra nessa ciranda de se dar bem a qualquer custo ou se está fora. Ou se entra em qualquer jogo sujo ou se está fora. Literalmente as pessoas que querem apenas fazer o que deve ser feito não fazem parte desta ciranda vergonhosa da luta em favor do bem estar próprio, onde alianças e juras de ajudas mútuas só valem enquanto houver benefícios mútuos ilícitos.

Não há para onde correr, estão todos envolvidos. Todos sabem, inclusive os que deveriam proteger a lei, os que são corruptos ativos e passivos. É muito mais fácil deixar como está porque "está bom para todos assim". Delatar o funcionário público que se beneficia do "poder" que ele jamais teve, mesmo que seja do conhecimento de todos, inclusive do MP e do judiciário, e, mesmo assim "pagar" para, por outros meios do que os não os lícitos, se conseguir algo algumas vezes lícito e muitas vezes ilícitos, isto é "o melhor para todos".

Os que "atrapalham" por quererem apenas fazer o que tem que ser feito são excluídos e não conseguem sequer ter paz por incomodarem sem nem saber por que. Mesmo fingindo que nada veem, para que os deixem fazer apenas o mínimo que precisa ser feito, para o bem comum e mesmo para as pessoas que se sentem ameaçadas, mesmo assim, eles não servem, têm logo de serem eliminados do processo.

Essa é a ilusão do mundo em que vivemos. Vivemos num mundo de mentiras convenientes e ameaças verdadeiras.

Falemos um pouco de política em ano eleitoral no Brasil. Falemos do Bric, e, como exemplo o Brasil e a China, fortes economias que sustentam o mundo econômico por alçarem da pobreza milhões de excluídos para consumir os produtos e serviços dos países e organizações, para manter a roda girando e a riqueza se concentrando como sempre nas mãos de poucos. É errado alçar da pobreza milhões de excluídos? dirão os hipócritas que habitam em grande número este mundo. Voltemos ao Bric: quando vemos com nossos próprios olhos que esse crescimento econômico é mais uma mentira, uma ilusão criada para justificar os "benefícios" que estão sendo dados ou permitidos a esta parcela, mas que no entanto, continuamos sem hospitais, sem educação, sem a infra-estrutura necessária se comparados aos países desenvolvidos que hoje agonizam com sua frágeis economias e, que apenas se sustentam por estes consumidores dos países subdesenvolvidos do Bric (ou como queiram países "em desenvolvimento").

A realidade é outra. Fazemos todos parte dessa ilusão que é este mundo. Querendo ou não, concordando ou não. E, assim, vamos vivendo esta ilusão. A concentração de renda no topo da pirâmide nas mãos de poucos, no meio da pirâmide os que querem se dar bem a qualquer custo e para isso só com atos e atitudes ilícitos, e na base da pirâmide os excluídos econômica, socialmente e os que ainda têm algum ideal e não creem nesta ilusão.
Este mundo é uma via de uma mão só e com nossas ilusões a nos acompanhar.