quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

O BRASIL É O MEU PAÍS?

Estive pensando sobre as coisas do Brasil. E, quero colocar em meu blog o que estive pensando, e, espero não ver bater em minha porta a PF querendo me interrogar só porque quero falar sobre um assunto para minha reflexão. E, quem sabe, mais algumas pessoas também o possam.

De repente percebo que este governo central do Brasil, distante da maioria lá no planalto central já não é mais o Poder que deveria governar para o povo. O Poder Legislativo, com deputados e senadores, representam apenas seus próprios interesses e de um poder econômico, exatamente como faz o Poder Executivo. E, o Poder Judiciário que deveria garantir os direitos do povo e das instituições, também não assume seu verdadeiro "trabalho" que é o de garantir que a ordem seja mantida. Nada de novo. Como nada de novo mostrou o relatório da PF sobre a corrupção no Brasil, diga-se nos órgãos públicos e empresas estatais.

Estive pensando (maldita condição, por que pensar? por que não deixar tudo como está, sem reflexões inúteis que tiram nosso sono e a nossa paz?) que para acabar com a festa do governo central, num país de dimensões continentais (como costumamos dizer), proponho; proponho que os Estados individualmente se tornem países de si mesmo. Seria melhor para todos, não se enganem os estados considerados mais pobres, porque nem para eles este governo central governa, apesar de utilizar esta retórica.

Imaginem meu estado, Santa Catarina, sendo um país? Não somos auto-suficientes em tudo, longe disso. Precisaríamos manter com os outros países, do ex-Brasil, uma relação comercial livre, como a UE (comunidade européia). Imaginem cada estado que faz parte do Brasil, ser um país, que faz parte da UB (comunidade brasileira), apesar de engraçada esta relação feita entre UE e UB, isso é um assunto sério.

Cada país da UB estaria bem próximo do Governo Central. Cada município teria mais força. Cada sociedade dos países deste novo bloco teria condições de participar das decisões e ver o retorno de seus impostos em educação, saúde, infraestrutura, saneamento básico, investimentos... Tudo que nos falta neste país da festa do Governo Central e dos Poderes que o compõe.

Dirão os que não querem perder os privilégios: isso só pode ter vindo do sul (o que não é uma idéia nova aqui). A diferença é que todos os estados, então países, seriam beneficiados, os do sul, do norte, nordeste, centro-oeste, sudeste. A nenhum estado brasileiro está beneficiando, nem jamais beneficiou com qualidade necessária e urgente, este Governo Central do Brasil com os seus Poderes.

Nem o modelo americano daria certo aqui, como os Estados Unidos (este modelo de Governo Central americano pode ser um pouco melhor, mas fazem guerra em outros países gastando o dinheiro público sem uma discussão séria e clara sobre os motivos, deixam estados mais pobres cada vez mais pobres também). Chega. Para mim o melhor seria o modelo europeu.

Existem problemas e dificuldades lá também? Existem. Ninguém escapa da "Armadilha da Globalização". Mas é muito mais fácil governar um país menor, não só pelo tamanho geográfico mas populacional. A começar pela distribuição de renda que é muito mais justa, não existindo uma gritante diferença ("gap") entre salários nos diversos níveis. Lá existe um "socialismo (diria natural?)" no capitalismo nem tão selvagem. Lá existe um capitalismo humanista, e, lá lutam para mantê-lo, por perceber que é o melhor para o todo, que é a forma mais justa de se viver a vida. É o velho mundo dando lições de igualdade com sua experiência e erros cometidos durante toda sua existência.

É isso, quero Santa Catarina como meu país. Aquele orgulho de ser brasileira é só uma forma romântica de manter o que poucos não querem que seja mudado. Proponho a UB (Comunidade Brasileira) como a forma mais justa de manter o orgulho de um dia ser brasileira. Assim como está, assim como é, e, assim como sempre foi, só dá lugar a vergonha.

É, por assim dizer, a única forma de acabar com a "festa" com o dinheiro público (que até parece que não é de ninguém, se não fosse por direito do povo). Não dá mais para suportar essas mesmas caras no executivo, legislativo e judiciário, fazendo pouco caso da sociedade. Nossas instituições a nível Brasil não conseguem se impor. Só estados verdadeiramente independentes, formando países e um bloco, sem a figura tradicional do Governo Central lá no planalto central, podem mudar definitivamente esta desavergonhada gastança do dinheiro público sem prestar contas à sociedade.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

IMPRESSÕES, ESTUDOS CIENTÍFICOS E MÉRITO (AO DIOGO MAINARDI)

Estamos em 2008, o que mudou no Brasil? Em dezembro de 2007 o presidente Lula em rede nacional disse que não haveria compensações fiscais para a perda da CPMF. Em janeiro de 2008, Guido Mantega anuncia as compensações dizendo que foi dito pelo Governo que não haveriam tais compensações apenas em 2007 (isto em menos de um mês).

Mas o que isso demonstra é que o Brasil não mudou e não vai mudar tão cedo, se alguma ebulição na sociedade não ocorrer. O mundo capitalista globalizado caminha com previsões otimistas, mas sempre marcadas por "senões": "se a inflação voltar...", "se os EUA ...", "se a China...".

Minhas impressões custam crer nessa euforia sem certezas a médio e a longo prazos. As estatísticas podem ser tão subjetivas quanto as impressões dependendo dos dados e informações utilizados ou a falta de alguns desses, proposital; assim como, o mérito é relativo de acordo com o que se julga como eficiente.

Na sociedade atual, capitalista globalizada, (não a comparo com a comunista marxista que mostrou ser um erro também), costuma-se engrandecer o mérito, o grande dogma da atualidade, a grande ordem social.

Tudo pode ser manipulado: impressões, estudos científicos e o mérito. Não se iludam.
O mérito hoje é "bem" recompensado pelo retorno financeiro de curto prazo "supostamento" dado, com premiação participativa das altas esferas do poder do mundo corporativo. É a velha distribuição de renda.

As consequências sociais e o futuro das sociedades não são percebidas por esta, digamos, "meritocracia social". O que importa é o lucro rápido e, grande, alimentado pelo cada um por si.

Cito Diogo Mainardi no título da mensagem para lhe dizer que este estado de coisas não são apenas vícios e ignorância da esquerda. Este estado de coisas tem a ver com o poder econômico e o se manter no poder para garantia do bem-estar de poucos. Seja utilizando ora a esquerda ora a direita ao bel-prazer do poder econômico.

A farsa montada em torno da votação da CPMF, onde o Senado (de Renan Calheiros) disse não à CPMF numa mal disfarçada manipulação onde se quis fazer crer que o Governo finalmente encontrou resistência da oposição no Congresso dos Mensaleiros.

Não há mais o que fazer nem dizer. Como gostaria de estar errada em minhas impressões e ter esperança de um mundo verdadeiramente melhor para todos. Romantismo? Por que não, se assim querem chamar? Se parte do mundo e das pessoas tem algumas impressões próximas as que coloquei aqui é porque pior do que está com certeza vai ficar.

Parece-me um mundo-de-faz-de-conta onde tudo é possível.

Para coisas como "o que estamos fazendo aqui" e "o que somos" não existem respostas. Mas dirão céticos e crédulos: "só porque não sabemos não quer dizer que não há respostas". Também concordo.