Vejam só ao ponto que chegamos. Não tenho tido muita vontade de fazer meu exercício de reflexão (se é que posso chamar assim, mas é uma forma de eu parar e tentar refletir acêrca dos acontecimentos que nos envolvem de certa forma todos os dias) de escrever aqui em meu blog.
Passados já alguns dias do acontecido, quando Luciano Huck foi assaltado e desabafou (não sei o que disse ao certo) só sei que teve de dar explicações, muitas explicações. Reforçando a imagem criada e explorada pela "direita" e pela "esquerda" (já não há mais muitas diferenças de comportamento e ideológicas entre ambas - o que importa é estar no poder ou dividi-lo) de rico contra pobre.
Na verdade, para mim, que me encontro naquele nível incômodo de não ser rica nem ser "tão pobre", - não sei se me enquadro na verdadeira classe média, se é que ela existe no Brasil -, fica aquela sensação vazia de não saber o que dizer a respeito. Mas, deixando de lado esta incapacidade de saber ter algo a dizer com clareza e de ter certeza do que se pretende dizer sobre um assunto, este assunto, reflito tentando lançar mão de algumas opiniões observadas que acredito talvez possam estar um pouco mais próximas de uma verdade criada ou absoluta.
Luciano como qualquer outro cidadão tem o direito de ganhar seu dinheiro sim. Como eu, que não sou rica nem tão pobre, me acho no direito de ganhar meu dinheiro com meu trabalho. Apesar de saber que o cerne do problema está na enorme desigualdade social existente provocada pela "velha má" distribuição de renda, da falta de oportunidades igualitárias, tento acreditar de que o Luciano Huck como seus iguais de classe, numa classificação social padrão, ganham seu dinheiro produzindo trabalho, riquezas e oportunidades. Seu programa apenas diverte, não informa nem traz conhecimentos. Mas faz girar uma máquina poderosa de fazer dinheiro, como os jogos de futebol, de basquete, de beisebol, de futebol americano, etc., como os filmes, novelas, etc.. É a força econômica do entretenimento.
Todos trabalham muito, com certeza. Mas cada brasileiro trabalha muito também, só que a maioria não faz girar esta máquina poderosa de criar entretenimento. Não são remunerados com tamanha monta, talvez nem possam ser, mas esta diferença entre remunerações tão desiguais tem de diminuir.
Penso de uma forma simplista: se poucos ganham muito, muitos têm de ganhar pouco. Se a diferença de renda entre um diretor/presidente de uma empresa com relação ao nível mais baixo fosse menor do tem sido haveria a tão proclamada distribuição de renda mais justa e menos cruel. Se a diferença do que ganha uma apresentador de TV, como o Luciano, não fosse um abismo em relação ao funcionário que exerce a mais simples das tarefas para realização do programa, tudo seria melhor. Tudo o que proclamamos como a saída para os males da desigualdade social: falta de educação com qualidade e para todos, falta de um sistema de saúde mais justo, etc., etc., etc., dependem desse "gap" na distribuição de renda (dessa diferença ser menor).
Quando vejo Renans, Jucás, Mercadantes, Idelis, Sarneys, só para citar alguns dos mais conclamados, e, tantos outros de hoje e de ontem, achando que ganham pouco com seus salários e benefícios como deputados e senadores, que precisam enriquecer às custas do dinheiro público em benefício próprio e de seu grupo, fico ainda mais, como dizer, atônita.
E, quando a impunidade e o corporativismo ditam as regras neste país fico, sei lá, achando que este país é uma vergonha? Uma das piores referências mundiais como exemplo do que um país e seu povo nunca devem tolerar?
A fórmula: 1. criar meios de acabar com a corrupção no setor público e privado, excluindo cargos políticos privilegiando os cargos de carreira. 2. punir, sem excessões, qualquer ato ilícito seja lá quem o cometer (com prisão e retorno do dinheiro e dos bens aos cofes públicos). 3. reduzir a desigualdade social promovendo uma distribuição de renda mais igualitária reduzindo as diferenças dos ganhos.
Acho que basta, o resto é competência técnica, administrativa e financeira, integridade pessoal e ética.
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
terça-feira, 2 de outubro de 2007
COLUNA PONTO DE VISTA DE STEPHEN KANITZ (REVISTA VEJA)
Sempre leio a coluna Ponto de Vista de Stephen Kanitz na Veja. Gosto de ler o que ele tem a dizer. Para meu espanto essa semana, embora consiga entender o que ele quer dizer e as razões para sustentar seu parecer para o que diz com "Cuidado com o que ouvem".
Fiquei um pouco triste (se é que posso dizer que senti isso realmente), porque me enquadro naquela parcela da sociedade que não possui nenhuma cadeira titular nas Universidades, que segundo ele, são as únicas pessoas dignas de crédito. Concordo. Procuro no meio de tanto "lixo de informações" algo que tenha consistência de um estudo aprofundado e fundamentado em informações também aprofundadas e fundamentadas por outros igualmente intelectuais, isto é, dos realmente intelectuais para os realmente intelectuais.
Estou tão longe de ser alguém com esses pré-requisitos mas, mesmo assim, sinto-me no direito de dizer o que penso, da mesma forma e proporção em que reconheço minhas limitações intelectuais.
Sinto-me entre aquele indivíduo simples que diz verdades simples e que nos demonstra quanto de sabedoria existe e pode existir nas pessoas não contaminadas por tantos saberes intelectuais; e, entre aqueles ditos realmente intelectuais. Sinto-me, portanto, entre a sabedoria que pode nascer com os indivíduos e o conhecimento científico dos que buscam o conhecimento.
Na verdade, me sinto contaminada pelo pouco conhecimento que tenho e que me afasta do ter sabedoria e de estar aquém dos que detêm o conhecimento. Sou o engodo da sociedade, portanto.
E, tenho a pretensão dos que se cegam pensando que podem pensar e dizer o que pensam, e, de colocar a minha opinião em meu blog, o que é muito pior. Mesmo que apenas eu tenha acesso para escrever e ler o que penso pensar sobre algumas questões. Diria ser um exercício único e que pertence a minha capacidade de análise dos fatos ( dos "fatos" ? sei lá!).
Não acredito que o Sr. Stephen Kanitz queira dizer que somos incapazes de pensar. Não acredito que ele acredite que apenas uma pequena parcela de uma elite intelectual seja detentora de uma verdade absoluta, como se de fato existisse uma verdade absoluta.
Há um distanciamento entre os que eles (intelectuais) pensam e sabem sobre a vida e a vida das pessoas, sobre os fatos e as análises filosóficas desses fatos, que ele se espanta de esta intelectualidade está prestes a acabar, isolados como estão da sociedade e de suas necessidades verdadeiras e de suas angústias, num mundo acadêmico pretensamente privilegiado.
É essa pretensa superioridade que tem que acabar. Em escalas diferentes estamos todos numa busca incessante para dar sentido a vida que vivemos. Isso se encontra onde? Nas análises filosóficas no mundo acadêmico apenas ou no dia-a-dia das pessoas? Acho que em ambos. e, o mundo acadêmico também tem que dar ouvidos a esses sinais sob pena de se afastar cada vez mais da realidade da vida e aí sim ir desaparecendo, como teme o Sr. Stephen Kanitz.
Tudo é uma evolução inclusive, e, principalmente, o conhecimento científico. O humanidade e as sociedades evoluíram em muitos sentidos através do conhecimento científico, mas estamos longe de ser o que ainda não somos.
O que dizer do arquiteto Mohammed Klaled cérebro do ataque de 11 de setembro em nome de Osama bin Laden treinado pela Al-Qaeda? Assisti a uma entrevista na Globo News onde seu orientador de Doutorado em uma Universidade na Alemanha é questionado se em algum momento Mohammed Klaled pareceu demonstrar algum sinal, por menor que tivesse sido, de que poderia vir a ser o cérebro de uma operação com tamanho horror pelo maneira como foi executada e pelos resultados desta ação. Ele jamais percebeu nenhum sinal. Mohammed, segundo seu professor e orientador, "era extremamente inteligente".
Não temos uma resposta sobre os atos de horror que cometeu Mohammed. Não temos muitas respostas sobre a excência da natureza humana, seja ela reconhecidamente boa ou ruim, por nossa sociedade ocidental.
Nada pode justificar a morte de pessoas por atos violentos, sejam de que lado pertençam.
Sr. Stephen Kanitz, jamais o Sr. saberá a minha opinião. Ela não se encontra na base dos estudos acadêmicos, ela não tem nenhuma importância.
Mas se algum dia me perguntarem o que penso, sobre determinado assunto, direi o que penso, mesmo que desprovido de base científica de pesquisa aos moldes acadêmicos.
Fiquei um pouco triste (se é que posso dizer que senti isso realmente), porque me enquadro naquela parcela da sociedade que não possui nenhuma cadeira titular nas Universidades, que segundo ele, são as únicas pessoas dignas de crédito. Concordo. Procuro no meio de tanto "lixo de informações" algo que tenha consistência de um estudo aprofundado e fundamentado em informações também aprofundadas e fundamentadas por outros igualmente intelectuais, isto é, dos realmente intelectuais para os realmente intelectuais.
Estou tão longe de ser alguém com esses pré-requisitos mas, mesmo assim, sinto-me no direito de dizer o que penso, da mesma forma e proporção em que reconheço minhas limitações intelectuais.
Sinto-me entre aquele indivíduo simples que diz verdades simples e que nos demonstra quanto de sabedoria existe e pode existir nas pessoas não contaminadas por tantos saberes intelectuais; e, entre aqueles ditos realmente intelectuais. Sinto-me, portanto, entre a sabedoria que pode nascer com os indivíduos e o conhecimento científico dos que buscam o conhecimento.
Na verdade, me sinto contaminada pelo pouco conhecimento que tenho e que me afasta do ter sabedoria e de estar aquém dos que detêm o conhecimento. Sou o engodo da sociedade, portanto.
E, tenho a pretensão dos que se cegam pensando que podem pensar e dizer o que pensam, e, de colocar a minha opinião em meu blog, o que é muito pior. Mesmo que apenas eu tenha acesso para escrever e ler o que penso pensar sobre algumas questões. Diria ser um exercício único e que pertence a minha capacidade de análise dos fatos ( dos "fatos" ? sei lá!).
Não acredito que o Sr. Stephen Kanitz queira dizer que somos incapazes de pensar. Não acredito que ele acredite que apenas uma pequena parcela de uma elite intelectual seja detentora de uma verdade absoluta, como se de fato existisse uma verdade absoluta.
Há um distanciamento entre os que eles (intelectuais) pensam e sabem sobre a vida e a vida das pessoas, sobre os fatos e as análises filosóficas desses fatos, que ele se espanta de esta intelectualidade está prestes a acabar, isolados como estão da sociedade e de suas necessidades verdadeiras e de suas angústias, num mundo acadêmico pretensamente privilegiado.
É essa pretensa superioridade que tem que acabar. Em escalas diferentes estamos todos numa busca incessante para dar sentido a vida que vivemos. Isso se encontra onde? Nas análises filosóficas no mundo acadêmico apenas ou no dia-a-dia das pessoas? Acho que em ambos. e, o mundo acadêmico também tem que dar ouvidos a esses sinais sob pena de se afastar cada vez mais da realidade da vida e aí sim ir desaparecendo, como teme o Sr. Stephen Kanitz.
Tudo é uma evolução inclusive, e, principalmente, o conhecimento científico. O humanidade e as sociedades evoluíram em muitos sentidos através do conhecimento científico, mas estamos longe de ser o que ainda não somos.
O que dizer do arquiteto Mohammed Klaled cérebro do ataque de 11 de setembro em nome de Osama bin Laden treinado pela Al-Qaeda? Assisti a uma entrevista na Globo News onde seu orientador de Doutorado em uma Universidade na Alemanha é questionado se em algum momento Mohammed Klaled pareceu demonstrar algum sinal, por menor que tivesse sido, de que poderia vir a ser o cérebro de uma operação com tamanho horror pelo maneira como foi executada e pelos resultados desta ação. Ele jamais percebeu nenhum sinal. Mohammed, segundo seu professor e orientador, "era extremamente inteligente".
Não temos uma resposta sobre os atos de horror que cometeu Mohammed. Não temos muitas respostas sobre a excência da natureza humana, seja ela reconhecidamente boa ou ruim, por nossa sociedade ocidental.
Nada pode justificar a morte de pessoas por atos violentos, sejam de que lado pertençam.
Sr. Stephen Kanitz, jamais o Sr. saberá a minha opinião. Ela não se encontra na base dos estudos acadêmicos, ela não tem nenhuma importância.
Mas se algum dia me perguntarem o que penso, sobre determinado assunto, direi o que penso, mesmo que desprovido de base científica de pesquisa aos moldes acadêmicos.
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