quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

IMPRESSÕES, ESTUDOS CIENTÍFICOS E MÉRITO (AO DIOGO MAINARDI)

Estamos em 2008, o que mudou no Brasil? Em dezembro de 2007 o presidente Lula em rede nacional disse que não haveria compensações fiscais para a perda da CPMF. Em janeiro de 2008, Guido Mantega anuncia as compensações dizendo que foi dito pelo Governo que não haveriam tais compensações apenas em 2007 (isto em menos de um mês).

Mas o que isso demonstra é que o Brasil não mudou e não vai mudar tão cedo, se alguma ebulição na sociedade não ocorrer. O mundo capitalista globalizado caminha com previsões otimistas, mas sempre marcadas por "senões": "se a inflação voltar...", "se os EUA ...", "se a China...".

Minhas impressões custam crer nessa euforia sem certezas a médio e a longo prazos. As estatísticas podem ser tão subjetivas quanto as impressões dependendo dos dados e informações utilizados ou a falta de alguns desses, proposital; assim como, o mérito é relativo de acordo com o que se julga como eficiente.

Na sociedade atual, capitalista globalizada, (não a comparo com a comunista marxista que mostrou ser um erro também), costuma-se engrandecer o mérito, o grande dogma da atualidade, a grande ordem social.

Tudo pode ser manipulado: impressões, estudos científicos e o mérito. Não se iludam.
O mérito hoje é "bem" recompensado pelo retorno financeiro de curto prazo "supostamento" dado, com premiação participativa das altas esferas do poder do mundo corporativo. É a velha distribuição de renda.

As consequências sociais e o futuro das sociedades não são percebidas por esta, digamos, "meritocracia social". O que importa é o lucro rápido e, grande, alimentado pelo cada um por si.

Cito Diogo Mainardi no título da mensagem para lhe dizer que este estado de coisas não são apenas vícios e ignorância da esquerda. Este estado de coisas tem a ver com o poder econômico e o se manter no poder para garantia do bem-estar de poucos. Seja utilizando ora a esquerda ora a direita ao bel-prazer do poder econômico.

A farsa montada em torno da votação da CPMF, onde o Senado (de Renan Calheiros) disse não à CPMF numa mal disfarçada manipulação onde se quis fazer crer que o Governo finalmente encontrou resistência da oposição no Congresso dos Mensaleiros.

Não há mais o que fazer nem dizer. Como gostaria de estar errada em minhas impressões e ter esperança de um mundo verdadeiramente melhor para todos. Romantismo? Por que não, se assim querem chamar? Se parte do mundo e das pessoas tem algumas impressões próximas as que coloquei aqui é porque pior do que está com certeza vai ficar.

Parece-me um mundo-de-faz-de-conta onde tudo é possível.

Para coisas como "o que estamos fazendo aqui" e "o que somos" não existem respostas. Mas dirão céticos e crédulos: "só porque não sabemos não quer dizer que não há respostas". Também concordo.

Um comentário:

L.S. Alves disse...

Estatística é a arte de torturar os números até que eles confessem.