terça-feira, 21 de setembro de 2010

ELEIÇÃO 2010 (WE CAN'T): O FISIOLOGISMO, O MEDO E A IMPUNIDADE

Estamos a poucos dias das eleições 2010 e pode-se perceber, nas manifestações dos partidos e correlegionários, como sempre, apenas a "necessidade" de manter o fisiologismo fazendo das eleições a luta dos cidadãos em benefício próprio ou de seus grupos, acima dos interesses comuns. Nada muda no Brasil: jamais as pessoas pensarão no bem-estar comum como um direito comum a todos.

Assim, tráfico de influências e corrupção ativa e passiva são instrumentos que fazem uso o funcionalismo público e toda a sociedade, já acostumados que somos com tais práticas no nosso dia-a-dia. E, assim, vamos nos aproximando de mais uma eleição: do mesmo jeito brasileiro de ser. Nos mantemos aprisionados ao fisiologismo como atores ou espectadores, temerosos de denunciar, porque as instituições não protegem os que querem ver realmente este país um país honesto e mais justo. As tais ouvidorias nada apuram nem nada resolvem, tal qual um call center inútil nas garantias dos direitos dos consumidores.

Práticas locais e regionais, onde deparamos pessoalmente com os serviços públicos, diferentemente para o cidadão comum ao que acontece em Brasília, ficamos amedontrados, mesmo todos sabendo que para se conseguir uma licença qualquer, um alvará qualquer temos que participar do tráfico de influências e da corrupção tão inerentemente cravadas na nação brasileira. O servidor público pago com nossos impostos e "taxas" para nos servirem ainda dificultam e impedem, através do desconhecimento da população das leis que regem o direito comum dos cidadãos, que esses serviços sejam fornecidos através de orientações simples que deveriam ser fornecidas com transparência e de forma clara. Estes servidores públicos, e, o próprio serviço público no Brasil, como todos sabemos, negam ou não fornecem informações dificultando o processo, aumentando o custo Brasil e facilitando o fisiologismo.

Se não nos sujeitamos e aceitamos as práticas e regras deste fisiologismo tudo pode ficar pior para quem necessita desses serviços e não haverá ninguém nem qualquer instituição que proteja a sociedade já tão acostumada que é também de se beneficiar conforme essas práticas. Essa é a regra. Todos, sem excessão, conhecem essas práticas, não se faz um país melhor e mais justo porque nós brasileiros não queremos e não sabemos como fazê-lo de outro jeito.
Já não se sabe viver de outro jeito no Brasil. O medo da impunidade nos faz uma nação de fracos tamanha a estrutura formada para manter o fisiologismo e a corrupção intactos. Levar vantagens sem considerar o bem-estar comum é a nossa maneira de viver tão "brasileiramente".

sábado, 11 de setembro de 2010

UM RECADO ESPECÍFICO A ALGUÉM ESPECIFICAMENTE SOBRE: A CAMISA, A ÉTICA E A LIBERDADE

Hoje gostaria de falar sobre um assunto que sempre me soou no mínimo incômodo. Algumas pessoas costumam falar em alto e bom som, mesmo até para quem não quer ou não precisa ouvir, "que vestem a camisa da empresa". Confesso que até consigo entender essa necessidade de dizer isso, mas apenas em parte.

Vejamos se é possível entender o porquê que isso me incomoda. Penso que ser um bom profissional significa antes ser fiel a seus princípios éticos, e, isto pressupõe, agir corretamente com todos: colegas, clientes, fornecedores, empresa, comunidade, sociedade, acionistas, chefias, etc.. No entanto, não se pode servir a Deus e ao diabo ao mesmo tempo, por isso, devemos ser fiéis aos nosso princípios morais e éticos. Não somos perfeitos nem como profissionais nem tão pouco quanto pessoas. Mas chegamos a um ponto que devemos vestir "a camisa da empresa" colaborando e contribuindo com nossos conhecimentos e princípios para que todos na empresa desenvolvam um trabalho que leve a todos a alcançar o desenvolvimento sustentável através da Responsabilidade Socioambiental, que a empresa como instrumento fomentador de trabalho e riqueza, deve incorporar em suas atividades e relações internas e externas, i.e., com toda a cadeia de valor.

Ficar conclamando ou alardeando "vestir a camisa da empresa" é mera retórica de quem não sabe o que diz, e, talvez de quem nem a empresa possa confiar, porque servirá apenas aos interesse escusos que existam e que lhe proporcione também certas vantagens também escusas. Não cabem às empresas e corporações, hoje, apenas gerar emprego e lucro. Mas isso não é assimilado ainda por grande número de empresas, e, o quando o é, muitas existentes só na necessidade de se dizer, e não ser, sócio e ambientalmente correta.

Quando se analisa uma empresa em que um dia tivemos "o privilégio" de trabalharmos, - privilégio pelo fato da possibilidade de saber que elas ainda existem -, muitas vezes vemos princípios e normas de administração básica não sendo utilizados. A empresa sendo aparentemente financeiramente saudável com lucros, certos investimentos e quase 20 anos de existência, sendo uma empresa gerada e administrada por pessoas sem conhecimentos administrativos básicos. O que poderíamos dizer que o "empreendedorismo é inato" a algumas poucas pessoas privilegiadas. Basta fazermos uma rápida analogia com o Brasil como Estado governado por Lula.

Assim sendo, percebe-se que a empresa não tem planejamento nem de curto nem de médio muito menos de longo prazo, sequer planejamentos operacionais, no dia-a-dia, sem considerar o estratégico (o que seria pedir muito). Mas como uma empresa se mantém assim no mercado, mesmo que tenha qualidade (que não é um diferencial)? Um dia perguntei a um empresário que me disse que as margens de lucro devem ser grandes. Fiquei pensando na maravilha da proeza deste empreendedorismo que além de não planejar possui margens de lucros altas. Tive de tirar o chapéu para estes "empreendedores".

Passado algum tempo, pouco tempo, possivelmente já não se estando mais nesta empresa por decisão deles, por deverem talvez achar que "não se vestisse a camisa", percebe-se que a pessoa que mais alardeava "vestir a camisa da empresa", contra seus princípios pelo menos éticos de que sua profissão específica muito exige, percebe-se que talvez a grande margem de lucro que mantinha a saúde financeira da empresa viesse do caixa 2 com a sonegação de impostos. Tá aí um exemplo de sucesso do empreendedorismo à brasileira nas pequenas e médias empresas. Onde a geração de riqueza se concentra na mão de poucos, apesar de gerar empregos mal remunerados e sem participação nos lucros, mesmo sendo um salário compatível regionalmente.

Não podemos esquecer que essas empresas comandadas por estes "empreendedores" se servem de "espiões e guardiães" dos interesses da empresa que levam informações muitas vezes prejudiciais ao próprio negócio, e muitas vezes falsas, mas é o que merecem esses "empreendedores/empresários". Só que quando o negócio não mais se sustentar, i.e., a pessoa jurídica falir as pessoas físicas continuarão muito bem, obrigada. Como um dia escutei: "o CNPJ vai mal, mas o CPF vai muito bem", para designar como agem os muitos que enriquecem neste país.
A não ser é claro que a Receita Federal cumpra seu papel e retire destes "empreendedores" todo seu enriquecimento ilícito.