sábado, 11 de setembro de 2010

UM RECADO ESPECÍFICO A ALGUÉM ESPECIFICAMENTE SOBRE: A CAMISA, A ÉTICA E A LIBERDADE

Hoje gostaria de falar sobre um assunto que sempre me soou no mínimo incômodo. Algumas pessoas costumam falar em alto e bom som, mesmo até para quem não quer ou não precisa ouvir, "que vestem a camisa da empresa". Confesso que até consigo entender essa necessidade de dizer isso, mas apenas em parte.

Vejamos se é possível entender o porquê que isso me incomoda. Penso que ser um bom profissional significa antes ser fiel a seus princípios éticos, e, isto pressupõe, agir corretamente com todos: colegas, clientes, fornecedores, empresa, comunidade, sociedade, acionistas, chefias, etc.. No entanto, não se pode servir a Deus e ao diabo ao mesmo tempo, por isso, devemos ser fiéis aos nosso princípios morais e éticos. Não somos perfeitos nem como profissionais nem tão pouco quanto pessoas. Mas chegamos a um ponto que devemos vestir "a camisa da empresa" colaborando e contribuindo com nossos conhecimentos e princípios para que todos na empresa desenvolvam um trabalho que leve a todos a alcançar o desenvolvimento sustentável através da Responsabilidade Socioambiental, que a empresa como instrumento fomentador de trabalho e riqueza, deve incorporar em suas atividades e relações internas e externas, i.e., com toda a cadeia de valor.

Ficar conclamando ou alardeando "vestir a camisa da empresa" é mera retórica de quem não sabe o que diz, e, talvez de quem nem a empresa possa confiar, porque servirá apenas aos interesse escusos que existam e que lhe proporcione também certas vantagens também escusas. Não cabem às empresas e corporações, hoje, apenas gerar emprego e lucro. Mas isso não é assimilado ainda por grande número de empresas, e, o quando o é, muitas existentes só na necessidade de se dizer, e não ser, sócio e ambientalmente correta.

Quando se analisa uma empresa em que um dia tivemos "o privilégio" de trabalharmos, - privilégio pelo fato da possibilidade de saber que elas ainda existem -, muitas vezes vemos princípios e normas de administração básica não sendo utilizados. A empresa sendo aparentemente financeiramente saudável com lucros, certos investimentos e quase 20 anos de existência, sendo uma empresa gerada e administrada por pessoas sem conhecimentos administrativos básicos. O que poderíamos dizer que o "empreendedorismo é inato" a algumas poucas pessoas privilegiadas. Basta fazermos uma rápida analogia com o Brasil como Estado governado por Lula.

Assim sendo, percebe-se que a empresa não tem planejamento nem de curto nem de médio muito menos de longo prazo, sequer planejamentos operacionais, no dia-a-dia, sem considerar o estratégico (o que seria pedir muito). Mas como uma empresa se mantém assim no mercado, mesmo que tenha qualidade (que não é um diferencial)? Um dia perguntei a um empresário que me disse que as margens de lucro devem ser grandes. Fiquei pensando na maravilha da proeza deste empreendedorismo que além de não planejar possui margens de lucros altas. Tive de tirar o chapéu para estes "empreendedores".

Passado algum tempo, pouco tempo, possivelmente já não se estando mais nesta empresa por decisão deles, por deverem talvez achar que "não se vestisse a camisa", percebe-se que a pessoa que mais alardeava "vestir a camisa da empresa", contra seus princípios pelo menos éticos de que sua profissão específica muito exige, percebe-se que talvez a grande margem de lucro que mantinha a saúde financeira da empresa viesse do caixa 2 com a sonegação de impostos. Tá aí um exemplo de sucesso do empreendedorismo à brasileira nas pequenas e médias empresas. Onde a geração de riqueza se concentra na mão de poucos, apesar de gerar empregos mal remunerados e sem participação nos lucros, mesmo sendo um salário compatível regionalmente.

Não podemos esquecer que essas empresas comandadas por estes "empreendedores" se servem de "espiões e guardiães" dos interesses da empresa que levam informações muitas vezes prejudiciais ao próprio negócio, e muitas vezes falsas, mas é o que merecem esses "empreendedores/empresários". Só que quando o negócio não mais se sustentar, i.e., a pessoa jurídica falir as pessoas físicas continuarão muito bem, obrigada. Como um dia escutei: "o CNPJ vai mal, mas o CPF vai muito bem", para designar como agem os muitos que enriquecem neste país.
A não ser é claro que a Receita Federal cumpra seu papel e retire destes "empreendedores" todo seu enriquecimento ilícito.

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