sexta-feira, 16 de novembro de 2007

UM EXERCÍCIO DE CIDADANIA: PENSAR

Quando nada mais parece fazer sentido, e, nos parece tudo uma grande farsa, temos de parar, refletir e pensar sobre as nuances de tudo o que se fala e se faz. Já não dá mais para aceitar tudo o que nos querem fazer acreditar ou desacreditar. A dicotomia aparentemente existente entre capitalismo e socialismo já não é mais tão facilmente aceita, quando ambos, representam os interesses do poder econômico, também aparentemente distintos.
Percebe-se as dificuldades mundiais em se manter o equilíbrio entre, de um lado, a ganância dos poucos que não querem abrir mão do poder econômico em benefício de uma melhor condição de vida para todos, e, de outro lado, a inércia e o conformismo, em estado latente e inevitável de entrar em movimento, dos muitos que são explorados e deixados a margem deste poder.
Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário no Brasil sempre representaram os interesses globais deste poder econômico. Nada de novo, mas uma dúvida, embora simples, persiste em não querer encontrar respostas: como e por que o poder econômico doma a grande massa de cidadãos que não consegue e, parece não querer, que mudanças igualitárias e humanistas prevaleçam acima de interesses econômicos desiguais e cruéis.
O socialismo sucumbiu na prática em promover estas mudanças, justamente porque, apesar de teoricamente se autodenominar como a única forma de se promovar justiça social e combater a desigualde, atende também aos interesses do poder econômico de direito para poucos.
O capitalismo neoliberal, apesar de se autoproclamar o único meio que promoverá melhores condições de vida a todos, nem em tese, pode se fazer acreditar.
Vamos falar em números que parece nos afastar da subjetividade de nossas opiniões. Fonte IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio 2005 (Inclusive as pessoas sem declaração de posição na ocupação):
1. Rendimento médio mensal de todos os trabalhos das pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, com rendimento de trabalho, por posição na ocupação no trabalho principal segundo as Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas (R$) / Brasil:
  • Total: R$ 840,50.
  • Empregados com carteira assinada: R$ 855,40.
  • Empregados sem carteira assinada: R$ 488,30.
  • Militares e estatutários: R$ 1.453,10.
  • Trabalhadores domésticos: R$ 401,40.
  • Conta própria: R$ 637,60.
  • Empregadores: 2.554,70.

2. Distribuição dos 40% mais pobres e dos 10% mais ricos da população de 10 anos ou mais de idade, ocupada na semana de referência, com rendimento de trabalho, rendimentos médios mensais de todos os trabalhos, em reais e em salários mínimos, e relação entre rendimentos médios - 2005 / Brasil:

  • 40% mais pobres da população de 10 anos ou mais de idade ocupada (milhões): 30,43 (A).

Rendimentos médios mensais de todos os trabalhos:

- R$ 226,32

- Salários mínimos: 0,75 salários.

  • 10% mais ricos da população de 10 anos ou mais de idade ocupada (milhões): 7,61 (B).

Rendimentos médios mensais de todos os trabalhos:

- R$ 3.579,82.

- Salários mínimos: 11,93 salários.

  • Relação entre os rendimentos médios (B/A): 15,8.

3. População Economicamente Ativa - PEA de 10 anos ou mais de idade, por situação do domicílio e sexo, segundo as Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas - 2005 / Brasil:

Total:

  • Total: 96 031 971
  • Homens: 54 290 827
  • Mulheres: 41 741 144

Urbana:

  • Total: 78 210 785
  • Homens: 43 366 059
  • Mulheres: 34 844 726

Rural:

  • Total: 17 821 186
  • Homens: 10 924 768
  • Mulheres: 6 896 418

Com uma população economicamente ativa em 2005 de 96 031 971, tínhamos um rendimento médio mensal total no Brasil, de R$ 840,50.

Analisemos a situação do Brasil em 2005 dos 40% mais pobres e dos 10% mais ricos (exposto acima) com relação aos rendimentos.

Não consegui encontrar a população total do Brasil em 2005, acredito que era de 167.000.000 a 170.000.000 neste último censo. Em 2007 o IBGE já estima uma população de184.000.000.

Vou continuar tentando encontrar este dado, e, assim, vamos fazer um exercício matemático e de análise destes dados baseados no número de habitantes, no número de habitantes economicamente ativos, nos 40% ocupados mais pobres, 10% ocupados mais ricos, e, então tentar entender melhor este país.

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