terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Reinaldo Azevedo na Veja e a "Cultura da Periferia"

Desde que li este artigo senti muita vontade de comentá-lo. Minhas atribuições não me permitiram fazê-lo quando eu queria, e, essa vontade ficou latente esperando eu poder sentar e escrever.

Esse artigo me fez lembrar um livro em que a universidade de minha cidade, UNIVALI (mesmo que eu já não frequentasse os bancos escolares de curso superior) o incluiu "como um livro a ser lido" naquele ano (acho que 1995-1996), disse-me meu irmão. Comprei o livro e o li.

O livro foi escrito pelos únicos representantes credenciados da imprensa no Fórum Mundial sobre Globalização, que reuniu no Vale do Silício (se não me engano) chefes de Estados das grandes potências, representantes de grandes conglomerados da indústria, da imprensa, das finanças, etc. estou escrevendo o que me recordo, não tive tempo de pesquisar sobre este livro que hã muito li e que jamais saiu de minhas reflexões e às vêzes que cabe eu o cito. Mas o que me deixou perplexa é que os "grandes" e verdadeiros representantes do poder econômico e político ali reunidos se reuniram para tratar principalmente sobre a sociedade que eles chamaram de "Sociedade 20/80", ou seja, só 20% da população mundial produziriam todos os bens e riquezas, teriam trabalho e consumiriam estes bens e riquezas. O restante da população, 80%, não teriam trabalho e viveriam às margens (diga-se, na periferia). E, a discussão ficou em torno do que fazer para "entreter" esta imensa parcela da população para que não se perdesse o controle dessa massa de excluídos.

Surgiu mais forte o terceiro setor com as ONGs e seu trabalho comunitário nas periferias de todo o mundo, financiado pelo dinheiro dos poderes econômico e político mundiais. Criando a "cultura da periferia" como denominou o Reinaldo Azevedo na Veja. Mantendo à margem, nas periferias deste mundo, uma imensa parcela da população mundial sem oportunidades de sair dali e vir para o "centro". Talvez alguns saiam das perifrias para fazer parte desses 20% se situando no limiar entre os 20% e os 80%. Às vêzes me pergunto se também a classe média que deve fazer parte desses 20% da população não tem um "certo conforto" (se comparado aos de piores condições sociais das periferias) como forma de entreter esta parcela da população mais esclarecida, mas que não terá também condições de sair deste limiar entre os 20% e os 80%.

Na primeira fase do Programa da Regina Casé sobre periferia, me chamou atenção a enorme estrutura de palco e som, em Belém com artistas das periferias e com uma multidão de gente da periferia assistindo, dançando e cantando. Quem financia estes eventos? Quem financia estes grupos de artistas da periferia que até gravam sem selo seus CDs e DVDs. Pensei, voltando ao livro, que ali estava caracterizado o "entreter" , centro das preocupações no Vale do Silício.

Agora com o programa da Regina Casé pelas periferias deste mundo podemos perceber que grande parte da população mundial já vivem às margens da sociedade do "centro". Não sei qual a agenda oculta da Regina Casé, mas seu programa mostra que manter às margens, nas periferias, uma grande parte da população faz com que nasça uma cultura própria, com formas inerentes às suas consequentes leis e a seu status quo.

Não sei se há interesse em "salvar" essa gente da periferia (se isso for possível com o capitalismo ou com o socialismo, tanto faz, o que importa mesmo é o poder econômico e o poder político a serviço deste) ou se é medo de conhecer o que é mostrado o que se está criado nas periferias deste mundo.

Mudando um pouco de assunto, também quis falar sobre a absolvição do Renan Calheiros (esta a mais recente absolvição corporativista do Congresso Nacional. Vou ser suscinta: onde é o lugar de ladrões? Por que ser ladrão do dinheiro público e enriquecer com o uso ilícito e indevido dele não leva estes ladrões pra cadeia aqui no Brasil? Onde estão as Instituições do Brasil tão proclamadas livres que não são capazes de transformar essa sociedade numa sociedade mais igualitária e decente? Onde está o Poder Judiciário (não mais a serviço do poder econômico)?

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

O GOVERNO LULA E SUA VISÃO SOBRE A CLASSE MÉDIA BRASILEIRA

Estou há três dias tentando entender a tentativa do Governo Lula em identificar a classe média brasileira como preconceituosa; "todo mundo é muita gente", e, em se tratando de classe média no Brasil é muita gente. Na verdade, gostaria que o Governo Lula definisse o que ele considera como a classe média brasileira.
Voltarei à análise da PEA (População Economicamente Ativa), Urbana e Rural, com base no Censo 2005 (último censo):

PEA 2005: 96.000.000 (entre empregados com carteira assinada, empregados sem carteira assinada, militares e estatutários, trabalhadores domésticos, conta própria e empregadores).

Rendimento médio mensal total: R$ 840,50 (entre empregados com carteira assinada, empregados sem carteira assinada, militares e estatutários, trabalhadores domésticos, conta própria e empregadores).

Distribuição dos 40% mais pobres, da população ocupada (A):
Total (A): 30 430 000
Rendimento médio mensal de todos os trabalhos (A): R$ 226,32
Sálarios mínimos: 0,75

Distribuição dos 10% mais ricos, da população ocupada (B):
Total (B): 7 610 000
Rendimento médio mensal de todos os trabalhos (B): R$ 3.579,82
Sálarios mínimos: 11,93

Relação entre os rendimentos médios (B/A = R$ 3.579,82 / R$ 226,32): 15,8.

- Para os 40% mais pobres uma população estimada em 30.430.000 temos um rendimento médio mensal de R$ 226,32 (ou 0,75 salários mínimos).

- Para os 10% mais ricos uma população estimada em 7.610.000 temos um rendimento médio mensal de R$ 3.579,82 (ou 11,93 salários mínimos).

A relação entre os rendimentos médios mensais dos 40% mais pobres de R$ 226,32 e dos 10% mais ricos de R$ 3.579,82 é de 15,8 , i.e., os 40% mais pobres ganham 15,8 vêzes menos do que os 10% mais ricos.

Mas se temos uma PEA de 96.000.000 e se somarmos os 40% mais pobres (38.400.000) e os 10% mais ricos (9.600.000) teremos 48.000.000 (50%). Isto é, os 50% restantes da PEA, ou 48.000.000, estão entre os que recebem um rendimento médio mensal de mais de R$ 226,32 e de menos de R$ 3.579,82. Para a PEA estes rendimentos médios mensais intermediários representam no Brasil a classe média? Está certo concluir assim?

Se nos acostumamos a ouvir a classificação da classe média brasileira em classe média baixa, classe média propriamente dita e classe média alta, e, que as três subdivisões representam a classe média brasileira, i.e., 50% da PEA? 48.000.000?

Vejamos também: os 10% mais ricos, 9.600.000, não representam por si só a classe alta, a que nos acostumamos a ouvir que é de 1%. Mas 1% do que? Da PEA ou da população total? Dentro desses 10% mais ricos, devem estar incluídos a classe média propriamente dita e a classe média alta? Basta observar que basta ter um rendimento médio mensal igual ou acima de R$ 3.579,82 para estar entre os 10% mais ricos da PEA.

Disse o presidente Lula: "Toda vez que a gente tenta ajudar os pobres aparece uma ciumeira".

O Governo Lula parece não ficar muito confortável quando a classe média demonstra insatisfação total com ele (Governo). A classe média brasileira está mais próxima da classe baixa do que da classe alta. Percebe as grandes deficiências da saúde pública, da educação pública, da falta de habitação e de infraestrutura , e, o que essas deficiências representam para todos, pobres e "médios mais pobres" e "médios" e "médios mais ricos". Necessita diretamente desses mesmos serviços públicos.

Disse o Governo Lula, sob as considerações de "assessores graduados" (como está na Veja), que a classe média:

1. "Não teria se dado conta que também está ganhando com o crescimento do país".
Não teria se dado conta? Pergunto: pode a classe média não se dar conta do crescimento real de um país?

2. "Por puro preconceito a classe média 'tradicional' estaria incomodada com a classe média 'emergente' ".
O que é ou quem são a classe média "tradicional" e a classe média "emergente", para o Governo Lula? Não conhecia mais essa classificação que Governo Lula atribuiu à classe média (tradicional e emergente). Onde cada cidadão da classe média se posicionará, na classe média "tradicional" ou na "emergente"? Já que tirando ricos e pobres da PEA ela é simplesmente mais do que a metade?

Se eu fosse Governo, trataria de trabalhar para a classe média também. Como merecem atenção a classe baixa e classe alta neste Governo. Não tem nada a ver com preconceito ou falta de percepção, presidente Lula. Acredito que a classe média queira um país melhor para todos, um país com melhor distribuição de renda, menos desigualdades.

A classe média não quer apenas pagar a conta desse desenvolvimento meia boca, desse enriquecimento ilícito do poder econômico e do poder político. Quer também melhores condições porque a vida é difícil no Brasil (também não é nada fácil) para a classe média.

Realmente, Presidente Lula, seu Governo deve estar muito incomodado com a classe média. Mas lembre-se, ela não recebe nem bolsa família nem bolsa BNDS (como disse Reinaldo Azevedo, apenas para citar o dono desta reflexão, um homem de direita que não sei bem o que ele quer e o que ele defende e, sobretudo, qual sua "agenda oculta"; muitos o chamam de fascista, e, fascismo para mim é crime). E, tenho certeza, por não estar comprometida com as "bolsas" (família e BNDS) e, ser uma parcela bastante representativa da PEA (mais de 50%), é que a classe média incomoda.

Sabe, Presidente Lula, a classe média se sentiu traída por seu Governo desde o seu primeiro mandato. Acreditou na índole e na vontade deste Governo de tornar este país um país melhor para todos, sem corrupção, sem enriquecimento ilicito e sem formação de quadrilha. Mas seu Governo mostrou estar disposto a ceder ao poder econômico, pura e simplesmente, e, dar as costas às necessidades da sociedade brasileira como um todo. Mostrou ser igual a qualquer poder político que se preste: seguir o que determina a cartilha do poder econômico.

sábado, 24 de novembro de 2007

DEMOCRACIA REPRESENTIVA (CONGRESSO) X DEMOCRACIA PARTICIPATIVA (PLEBISCITOS)

Vejam só o que aconteceu comigo hoje. Estava por volta das 13:30 h (horário de verão), neste sábado 24.11.07, sentada sob a sombra da marquise do edifício onde moro, sentindo o frescor daquela brisa por estar protegida do sol. Já estava lá um gari, se protegendo do sol forte que castiga os que sob ele se aventuram ficar. Era um senhor de uns 60 anos de idade, estava muito vermelho por estar limpando a cidade naquele sol das 12:30h. Faltava-lhe, como me disse, pouco para terminar seu dia de trabalho neste sábado que terminaria às 14:00h. Falamos do calor sob o sol, do extenso percurso que faz todos os dias para realizar seu serviço de limpeza. Trabalha para uma empresa terceirizada pela prefeitura, e, me disse que "ele recebe apenas um salário mínimo mais um sacolão se não tiver falta alguma no mês". Disse-me também que "acredita que a prefeitura paga bem seus patrões que devem ficar com a maior parte e, por isso, lhe pagam tão pouco". Desejamo-nos um bom final de semana e lá se foi aquele homem que falou também que "são raras as pessoas que lhes olham como pessoas e que conversam ou lhes ajudam, mas que elas existem"; e, lamentou "os que não se importam com ninguém". Dentre todas as coisas que em 10 minutos conversamos, houve até uma consideração final, por parte dele, a respeito da vida, que foi: "eles deveriam agradecer que o pobre existe para limpar a sujeira".
Dirão os que acusam ferozmente e com sarcasmos a "nova esquerda latinoamericana" que ele é vítima do proselitismo desta esquerda. Bobagem... Ele representa a parcela que pensa e sabe o que acontece a sua volta, percebe o mundo e seu lugar nele mesmo sem ter podido estudar história, sociologia ou economia (apenas para citar algumas); representa a parcela imobilizada pela força do poder econômico que não lhes dá verdadeiras e concretas oportunidades, sejam pelas políticas da direita neoliberal quanto da nova esquerda latinoamericana, só para ficar restritas às duas correntes que nos são mais próximas aqui.
As desigualdades sociais causadas pela má distribuição de renda não permite que modelo algum de governo, que se esquive de reparar e equilibrar estas diferenças, possa ser legítimo.
A democracia representativa que temos aqui no Brasil já não há sinônimos e adjetivos que se possam usar para se ser um pouco original; resumindo, não representam o povo, representam o interesse do poder econômico e o enriquecimento ilícito às custas do dinheiro público, e, portanto, dinheiro do povo. Sempre, vejam bem, sempre foi assim. Não foi o PT que criou esse circuito de corrupção, mas infelizmente, fez uso dele indiscriminadamente traindo o povo. Para desalento do povo, ninguém é punido. O poder judiciário, juntamente com os poderes executivo e legislativo, faz parte do todo para manter subjugado o povo, sob a força do poder econômico.
Por outro lado, a democracia participativa, da nova esquerda latinoamericana, aparece como uma alternativa, mesmo que como uma falsa ilusão, de que o povo imobilizado já não tem nada a perder.
Enganam-se ou querem enganar os que dizem que um povo deixa-se facilmente enganar. Tanto a direita quanto a esquerda imobilizam o povo não lhes dando alternativas nem sequer possibilidades de transformação para uma sociedade mais igualitária e humanista. Mesmo na sua "ignorância" o povo sabe muito bem distinguir e julgar o que está certo e errado e, como qualquer indivíduo que pertence a uma sociedade, pode optar em caminhar por caminhos diversos.
A democracia representativa da política neoliberal, pelo seu fracasso como sistema de governo, é a responsável pelo avanço da democracia participativa da nova esquerda latinoamericana. E, já dá mostras latentes de seu fracasso, não só aqui, mas em todas as partes do mundo, inclusive na Europa, berço do respeito à propriedade e à liberdade.
Todos os sistemas vivos tendem ao equilíbrio, mesmo que renasçam do caos. Todo o esforço e energia gastos para se manter um sistema num estado metaestável, acabarão se exaurindo, e, forçando à estabilidade. Quem sabe não se exauriram essas forças do poder econômico a favor de poucos? Tudo tem um fim e tudo tende ao equilíbrio.
Não há mais como manter essa brutal desigualdade social sem consequências desastrosas, bem maiores das que já estamos vivendo.

sábado, 17 de novembro de 2007

UM EXERCÍCIO DE CIDADANIA: PENSAR (CONTINUAÇÃO)

No último censo (2005) o Brasil tinha uma população estimada de 167.000.000 (não lembro muito bem e não encontrei este dado para confirmação, mas deve ser entre este número e 170.000.000 de habitantes para a arredondá-lo).
Então, vamos refletir juntos, já que a subjetividade já não parece suficiente, i.e., não basta sentir tem que demonstrar o que se sente. Vamos lá, então, juntos e me ajudem a entender estes números de 2005 e sua relação com a subjetividade dos fatos:
População: 167.000.000
População Economicamente Ativa - Urbana e Rural (PEA): 96.000.000 (entre empregados com carteira assinada, empregados sem carteira assinada, militares e estatutários, trabalhadores domésticos, conta própria e empregadores).
Rendimento médio mensal total: R$ 840,50 (entre empregados com carteira assinada, empregados sem carteira assinada, militares e estatutários, trabalhadores domésticos, conta própria e empregadores).
Distribuição dos 40% mais pobres, da população ocupada (A):
Total (A): 30 430 000
Rendimento médio mensal de todos os trabalhos (A): R$ 226,32
Sálarios mínimos: 0,75
Distribuição dos 10% mais ricos, da população ocupada (B):
Total (B): 7 610 000
Rendimento médio mensal de todos os trabalhos (B): R$ 3.579,82
Sálarios mínimos: 11,93
Relação entre os rendimentos médios (B/A = R$ 3.579,82 / R$ 226,32): 15,8.
Em 2005 (apenas 2 anos atrás) tínhamos uma população de 167.000.000 para uma população economicamente ativa (PEA) de 96.000.000 (entre empregados com carteira assinada, empregados sem carteira assinada, militares e estatutários, trabalhadores domésticos, conta própria e empregadores). Isto corresponde a uma PEA de 57,5% (96.000.000). O restante 42,5% ou 71.000.000 devemos considerar crianças, jovens, idosos, incapacitados para o trabalho, capacitados para o trabalho mas sem trabalho).
O rendimento médio mensal de todos os trabalhos para esta PEA urabana e rural de 96.000.000 (57,5%) era de R$ 840,50. É um bom número? Apesar de todos os sentimentos ou subjetividade contrários a essa constatação numérica dos rendimentos médios mensais da PEA, - levantados pelo censo 2005 - é uma boa média se considerarmos que a grande maioria da população pertence às camadas mais pobres. Por que não parece ser um número real pela nossa percepção? Perece-me que ou os números estão errados ou nossas percepções. É mais da metade da população trabalhando (57,5% e tendo um rendimento médio mensal de R$ 840,50.
Perguntas:
1. A China com seus salários baixos irá mesmo puxar este valor para baixo? Espero que não.
2. A tão necessária inclusão social dosx que estão fora do mercado formal e informal do trabalho irá puxar este valor para baixo? Espero que não.
Passando para outras considerações do Censo 2005, onde avaliamos a distribuição dos 40% mais pobres e dos 10% mais ricos entre a PEA, temos:
- Para os 40% mais pobres uma população estimada em 30.430.000 temos um rendimento médio mensal de R$ 226,32 (ou 0,75 salários mínimos).
- Para os 10% mais ricos uma população estimada em 7.610.000 temos um rendimento médio mensal de R$ 3.579,82 (ou 11,93 salários mínimos).
A relação entre os rendimentos médios mensais dos 40% mais pobres de R$ 226,32 e dos 10% mais ricos de R$ 3.579,82 é de 15,8 , i.e., os 40% mais pobres ganham 15,8 vêzes menos do que os 10% mais ricos.
Mas se temos uma PEA de 96.000.000 e se somarmos os 40% mais pobres (30.430.000) e os 10% mais ricos (7.610.000) teremos uma PEA de 38.000.000 (50%). Isto é, os 50% restantes da PEA estão entre os que recebem um rendimento médio mensal de mais de R$ 226,32 e de menos de R$ 3.579,82. Para a PEA estes rendimentos médios mensais intermediários representam no Brasil a classe média? Está certo concluir assim?
Mas se incluirmos os incapacitados para o trabalho e os capacitados para o trabalho mas sem trabalho, como ficaria a classificação (já que eles não são contemplados na PEA) por classes: classe baixa, classe média baixa, classe média, classe média alta e classe alta? Hoje se fala em classe A, B, C, D e E (tem mais?). Onde cada brasileiro se enquadra? Gostaria de saber.
Vamos exercitar nossa cidadania? Ajude-me a refletir sobre estes dados, comente-os, comente minhas considerações, corrija-as.
O que, nós brasileiros, queremos para todos e para este país?

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

UM EXERCÍCIO DE CIDADANIA: PENSAR

Quando nada mais parece fazer sentido, e, nos parece tudo uma grande farsa, temos de parar, refletir e pensar sobre as nuances de tudo o que se fala e se faz. Já não dá mais para aceitar tudo o que nos querem fazer acreditar ou desacreditar. A dicotomia aparentemente existente entre capitalismo e socialismo já não é mais tão facilmente aceita, quando ambos, representam os interesses do poder econômico, também aparentemente distintos.
Percebe-se as dificuldades mundiais em se manter o equilíbrio entre, de um lado, a ganância dos poucos que não querem abrir mão do poder econômico em benefício de uma melhor condição de vida para todos, e, de outro lado, a inércia e o conformismo, em estado latente e inevitável de entrar em movimento, dos muitos que são explorados e deixados a margem deste poder.
Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário no Brasil sempre representaram os interesses globais deste poder econômico. Nada de novo, mas uma dúvida, embora simples, persiste em não querer encontrar respostas: como e por que o poder econômico doma a grande massa de cidadãos que não consegue e, parece não querer, que mudanças igualitárias e humanistas prevaleçam acima de interesses econômicos desiguais e cruéis.
O socialismo sucumbiu na prática em promover estas mudanças, justamente porque, apesar de teoricamente se autodenominar como a única forma de se promovar justiça social e combater a desigualde, atende também aos interesses do poder econômico de direito para poucos.
O capitalismo neoliberal, apesar de se autoproclamar o único meio que promoverá melhores condições de vida a todos, nem em tese, pode se fazer acreditar.
Vamos falar em números que parece nos afastar da subjetividade de nossas opiniões. Fonte IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio 2005 (Inclusive as pessoas sem declaração de posição na ocupação):
1. Rendimento médio mensal de todos os trabalhos das pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, com rendimento de trabalho, por posição na ocupação no trabalho principal segundo as Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas (R$) / Brasil:
  • Total: R$ 840,50.
  • Empregados com carteira assinada: R$ 855,40.
  • Empregados sem carteira assinada: R$ 488,30.
  • Militares e estatutários: R$ 1.453,10.
  • Trabalhadores domésticos: R$ 401,40.
  • Conta própria: R$ 637,60.
  • Empregadores: 2.554,70.

2. Distribuição dos 40% mais pobres e dos 10% mais ricos da população de 10 anos ou mais de idade, ocupada na semana de referência, com rendimento de trabalho, rendimentos médios mensais de todos os trabalhos, em reais e em salários mínimos, e relação entre rendimentos médios - 2005 / Brasil:

  • 40% mais pobres da população de 10 anos ou mais de idade ocupada (milhões): 30,43 (A).

Rendimentos médios mensais de todos os trabalhos:

- R$ 226,32

- Salários mínimos: 0,75 salários.

  • 10% mais ricos da população de 10 anos ou mais de idade ocupada (milhões): 7,61 (B).

Rendimentos médios mensais de todos os trabalhos:

- R$ 3.579,82.

- Salários mínimos: 11,93 salários.

  • Relação entre os rendimentos médios (B/A): 15,8.

3. População Economicamente Ativa - PEA de 10 anos ou mais de idade, por situação do domicílio e sexo, segundo as Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas - 2005 / Brasil:

Total:

  • Total: 96 031 971
  • Homens: 54 290 827
  • Mulheres: 41 741 144

Urbana:

  • Total: 78 210 785
  • Homens: 43 366 059
  • Mulheres: 34 844 726

Rural:

  • Total: 17 821 186
  • Homens: 10 924 768
  • Mulheres: 6 896 418

Com uma população economicamente ativa em 2005 de 96 031 971, tínhamos um rendimento médio mensal total no Brasil, de R$ 840,50.

Analisemos a situação do Brasil em 2005 dos 40% mais pobres e dos 10% mais ricos (exposto acima) com relação aos rendimentos.

Não consegui encontrar a população total do Brasil em 2005, acredito que era de 167.000.000 a 170.000.000 neste último censo. Em 2007 o IBGE já estima uma população de184.000.000.

Vou continuar tentando encontrar este dado, e, assim, vamos fazer um exercício matemático e de análise destes dados baseados no número de habitantes, no número de habitantes economicamente ativos, nos 40% ocupados mais pobres, 10% ocupados mais ricos, e, então tentar entender melhor este país.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

JÔ SOARES NAS PÁGINAS AMARELAS DA VEJA X STEPHEN KANITZ NA COLUNA PONTO DE VISTA DA VEJA SOBRE O TEMA "INTENÇÕES POR TRÁS DAS PALAVRAS"

Foi com surpresa, que "me surpreendi" com a entrevista que Jô Soares deu para a Veja. Não houve cinismo em suas declarações. Se mostrou apenas como um profissional e como um cidadão. Falou do humor no Brasil, - "o país das piadas prontas"-, sempre baseadas em histórias (para mim) tão lamentáveis. Admitiu a sua e a de todos: a vaidade. E, me fez crer que nada parece ter a força de mudar de vez este país, com relação à corrupção institucionalizada nos poderes públicos, nas empresas privadas e nos grupos privados que se beneficiam indevidamente do dinheiro público, como se fosse seu de direito, descaradamente, sem escrúpulos. Para mim, a certeza, de que tampouco adianta fazer humor ridicularizando os envolvidos, porque em nada contribui para fazer acontecer uma mudança efetiva em direção aos valores morais e à ética. É mais uma atitude estéril, como fazer críticas e denúncias em jornais e revistas, em ações da PF nas prisões apenas "temporárias", nas CPIs que defendem e absolvem corporativamente seus membros no legislativo, executivo, judiciário e nas Agências Reguladoras, dos que não respeitam o dinheiro público e se apropriam dele tão facilmente e reconhecidamente como seu. O humor é uma forma de entretenimento. E, como tal, não objetiva mudar nada, mas sim, que tudo permaneça como está. O entretenimento não se engaja, apenas tenta fazer um pouco de "cultura".

Realmente, Stephen Kanitz, me deixou ainda mais confusa. É a segunda vez que escreve sobre o que lemos. Agora ele afirma: "- Se não nos preocuparmos em detectar a agenda oculta de quem nos prega alguma coisa, seremos presas fáceis dos que falam bonito e escrevem melhor ainda-".

Li o Jô nas páginas amarelas tentando prever a "sua agenda oculta", mas para surpresa minha, achei suas considerações bastante desprovidas de "agenda oculta". Embora saiba que somos pessoas, indivíduos, que carregam suas próprias impressões e imperfeições de nossas percepções. Concordo com Stephen Kanitz quando ele diz: "- Muitos escritores, cientistas e formadores de opinião usam e abusam de nossa confiança. -". Concordo que existam muitos que têm má fé e usam de sua condição "privilegiada" de exposição fácil para suscitar o desequilíbrio, e, também, da má fé dos que se favorecem de certas considerações feitas por esses escritores, cientistas e formadores de opinião.

Mas é humanamente impossível ser totalmente imparcial em nossas considerações, porque não seriam nossas. Somos o que pensamos e dizemos ou escrevemos, ou pelo menos deveríamos ser. Para mim, Kanitz com seu insistente alerta acêrca "do que e de quem lemos", me fez tomar mais cuidado em colocar minha opinião e considerações como verdade absoluta sobre qualquer assunto. Não só me fez lembrar das "agendas ocultas" (ou dos interesses ocultos) que fazem parte de considerações e opiniões de muitos que usam de má fé para divulgar uma idéia oculta (ou idéias) nociva no cerne de uma nação, grupo de indivíduos ou além fronteiras; mas, sobretudo, porque me fez tomar mais cuidado no "dizer" algo sobre o que pouco sei. Mas deixar de lado o que sou e o que penso ao escrever ou falar não me é possível. Novamente a ética e a boa fé das pessoas de bem ao escrever ou falar sobre assuntos diversos é que dirá se um texto é digno de crédito ou não. O que não dá é não se engajar em causas maiores que façam diferença e promovam mudanças necessárias ao bem comum. Jô, fazer humor apenas, num "país de piadas prontas", fazer "cultura" apenas por fazer cultura, sem se preocupar com fazer diferença e contribuir realmente para que esse estado de coisas incorretas e injustas acabem, é fazer mal uso da palavra. Não é apenas nos preocupar com o que se diz ou se escreve, mas sim, também nos preocupar em verdadeiramente não nos conformar com esse estado de coisas e efetivamente contribuir para uma mudança.
Não dá para ficar acima de tudo isso. Jô, temos que nos engajar, para não cometer o erro de nada fazer com tudo que nso foi dado para fazer.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

LUCIANO HUCK E A DESIGUALDADE SOCIAL

Vejam só ao ponto que chegamos. Não tenho tido muita vontade de fazer meu exercício de reflexão (se é que posso chamar assim, mas é uma forma de eu parar e tentar refletir acêrca dos acontecimentos que nos envolvem de certa forma todos os dias) de escrever aqui em meu blog.
Passados já alguns dias do acontecido, quando Luciano Huck foi assaltado e desabafou (não sei o que disse ao certo) só sei que teve de dar explicações, muitas explicações. Reforçando a imagem criada e explorada pela "direita" e pela "esquerda" (já não há mais muitas diferenças de comportamento e ideológicas entre ambas - o que importa é estar no poder ou dividi-lo) de rico contra pobre.
Na verdade, para mim, que me encontro naquele nível incômodo de não ser rica nem ser "tão pobre", - não sei se me enquadro na verdadeira classe média, se é que ela existe no Brasil -, fica aquela sensação vazia de não saber o que dizer a respeito. Mas, deixando de lado esta incapacidade de saber ter algo a dizer com clareza e de ter certeza do que se pretende dizer sobre um assunto, este assunto, reflito tentando lançar mão de algumas opiniões observadas que acredito talvez possam estar um pouco mais próximas de uma verdade criada ou absoluta.
Luciano como qualquer outro cidadão tem o direito de ganhar seu dinheiro sim. Como eu, que não sou rica nem tão pobre, me acho no direito de ganhar meu dinheiro com meu trabalho. Apesar de saber que o cerne do problema está na enorme desigualdade social existente provocada pela "velha má" distribuição de renda, da falta de oportunidades igualitárias, tento acreditar de que o Luciano Huck como seus iguais de classe, numa classificação social padrão, ganham seu dinheiro produzindo trabalho, riquezas e oportunidades. Seu programa apenas diverte, não informa nem traz conhecimentos. Mas faz girar uma máquina poderosa de fazer dinheiro, como os jogos de futebol, de basquete, de beisebol, de futebol americano, etc., como os filmes, novelas, etc.. É a força econômica do entretenimento.
Todos trabalham muito, com certeza. Mas cada brasileiro trabalha muito também, só que a maioria não faz girar esta máquina poderosa de criar entretenimento. Não são remunerados com tamanha monta, talvez nem possam ser, mas esta diferença entre remunerações tão desiguais tem de diminuir.
Penso de uma forma simplista: se poucos ganham muito, muitos têm de ganhar pouco. Se a diferença de renda entre um diretor/presidente de uma empresa com relação ao nível mais baixo fosse menor do tem sido haveria a tão proclamada distribuição de renda mais justa e menos cruel. Se a diferença do que ganha uma apresentador de TV, como o Luciano, não fosse um abismo em relação ao funcionário que exerce a mais simples das tarefas para realização do programa, tudo seria melhor. Tudo o que proclamamos como a saída para os males da desigualdade social: falta de educação com qualidade e para todos, falta de um sistema de saúde mais justo, etc., etc., etc., dependem desse "gap" na distribuição de renda (dessa diferença ser menor).
Quando vejo Renans, Jucás, Mercadantes, Idelis, Sarneys, só para citar alguns dos mais conclamados, e, tantos outros de hoje e de ontem, achando que ganham pouco com seus salários e benefícios como deputados e senadores, que precisam enriquecer às custas do dinheiro público em benefício próprio e de seu grupo, fico ainda mais, como dizer, atônita.
E, quando a impunidade e o corporativismo ditam as regras neste país fico, sei lá, achando que este país é uma vergonha? Uma das piores referências mundiais como exemplo do que um país e seu povo nunca devem tolerar?
A fórmula: 1. criar meios de acabar com a corrupção no setor público e privado, excluindo cargos políticos privilegiando os cargos de carreira. 2. punir, sem excessões, qualquer ato ilícito seja lá quem o cometer (com prisão e retorno do dinheiro e dos bens aos cofes públicos). 3. reduzir a desigualdade social promovendo uma distribuição de renda mais igualitária reduzindo as diferenças dos ganhos.
Acho que basta, o resto é competência técnica, administrativa e financeira, integridade pessoal e ética.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

COLUNA PONTO DE VISTA DE STEPHEN KANITZ (REVISTA VEJA)

Sempre leio a coluna Ponto de Vista de Stephen Kanitz na Veja. Gosto de ler o que ele tem a dizer. Para meu espanto essa semana, embora consiga entender o que ele quer dizer e as razões para sustentar seu parecer para o que diz com "Cuidado com o que ouvem".
Fiquei um pouco triste (se é que posso dizer que senti isso realmente), porque me enquadro naquela parcela da sociedade que não possui nenhuma cadeira titular nas Universidades, que segundo ele, são as únicas pessoas dignas de crédito. Concordo. Procuro no meio de tanto "lixo de informações" algo que tenha consistência de um estudo aprofundado e fundamentado em informações também aprofundadas e fundamentadas por outros igualmente intelectuais, isto é, dos realmente intelectuais para os realmente intelectuais.
Estou tão longe de ser alguém com esses pré-requisitos mas, mesmo assim, sinto-me no direito de dizer o que penso, da mesma forma e proporção em que reconheço minhas limitações intelectuais.
Sinto-me entre aquele indivíduo simples que diz verdades simples e que nos demonstra quanto de sabedoria existe e pode existir nas pessoas não contaminadas por tantos saberes intelectuais; e, entre aqueles ditos realmente intelectuais. Sinto-me, portanto, entre a sabedoria que pode nascer com os indivíduos e o conhecimento científico dos que buscam o conhecimento.
Na verdade, me sinto contaminada pelo pouco conhecimento que tenho e que me afasta do ter sabedoria e de estar aquém dos que detêm o conhecimento. Sou o engodo da sociedade, portanto.
E, tenho a pretensão dos que se cegam pensando que podem pensar e dizer o que pensam, e, de colocar a minha opinião em meu blog, o que é muito pior. Mesmo que apenas eu tenha acesso para escrever e ler o que penso pensar sobre algumas questões. Diria ser um exercício único e que pertence a minha capacidade de análise dos fatos ( dos "fatos" ? sei lá!).
Não acredito que o Sr. Stephen Kanitz queira dizer que somos incapazes de pensar. Não acredito que ele acredite que apenas uma pequena parcela de uma elite intelectual seja detentora de uma verdade absoluta, como se de fato existisse uma verdade absoluta.
Há um distanciamento entre os que eles (intelectuais) pensam e sabem sobre a vida e a vida das pessoas, sobre os fatos e as análises filosóficas desses fatos, que ele se espanta de esta intelectualidade está prestes a acabar, isolados como estão da sociedade e de suas necessidades verdadeiras e de suas angústias, num mundo acadêmico pretensamente privilegiado.
É essa pretensa superioridade que tem que acabar. Em escalas diferentes estamos todos numa busca incessante para dar sentido a vida que vivemos. Isso se encontra onde? Nas análises filosóficas no mundo acadêmico apenas ou no dia-a-dia das pessoas? Acho que em ambos. e, o mundo acadêmico também tem que dar ouvidos a esses sinais sob pena de se afastar cada vez mais da realidade da vida e aí sim ir desaparecendo, como teme o Sr. Stephen Kanitz.
Tudo é uma evolução inclusive, e, principalmente, o conhecimento científico. O humanidade e as sociedades evoluíram em muitos sentidos através do conhecimento científico, mas estamos longe de ser o que ainda não somos.
O que dizer do arquiteto Mohammed Klaled cérebro do ataque de 11 de setembro em nome de Osama bin Laden treinado pela Al-Qaeda? Assisti a uma entrevista na Globo News onde seu orientador de Doutorado em uma Universidade na Alemanha é questionado se em algum momento Mohammed Klaled pareceu demonstrar algum sinal, por menor que tivesse sido, de que poderia vir a ser o cérebro de uma operação com tamanho horror pelo maneira como foi executada e pelos resultados desta ação. Ele jamais percebeu nenhum sinal. Mohammed, segundo seu professor e orientador, "era extremamente inteligente".
Não temos uma resposta sobre os atos de horror que cometeu Mohammed. Não temos muitas respostas sobre a excência da natureza humana, seja ela reconhecidamente boa ou ruim, por nossa sociedade ocidental.
Nada pode justificar a morte de pessoas por atos violentos, sejam de que lado pertençam.
Sr. Stephen Kanitz, jamais o Sr. saberá a minha opinião. Ela não se encontra na base dos estudos acadêmicos, ela não tem nenhuma importância.
Mas se algum dia me perguntarem o que penso, sobre determinado assunto, direi o que penso, mesmo que desprovido de base científica de pesquisa aos moldes acadêmicos.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

CONGRESSO BRASILEIRO, SEU DESTINO

Estive tão envolvida em meu trabalho nesses últimos dias, e, por conta disso, acompanhei de longe (e pouco) todo o desfecho "secreto" da descisão do Senado no caso Renangate.
Surpresa alguma com o resultado. Mas profundamente preocupada com todas (não só esta) as atitudes antidemocráticas de todo o Congresso Nacional. As duas casas, Senado e Câmara dos Deputados, têm sempre (não de hoje) tomado descisões contrárias ao interesse público.

Parece que este país não existe na realidade. A Veja fez uma comparação do PT com a Second Life. Mas o que observo é que todos os Poderes Públicos, todos os representantes destes poderes, seja de qual partido forem, parecem viver uma Second Life. E, a sociedade brasileira, parece viver uma vida paralela, porque temos mais o que fazer. Os bolsa família e os sem bolsa alguma (como determinou Reinaldo Azevedo em seu blog na Veja On line a classe média) diferentemente dos bolsa BNDS ( como determinou também aos que se beneficiam do dinheiro público através deste banco de fomento brasileiro) e dos poderes públicos (executivo, legislativo e judiciário) vivem marginalmente à essa Second Life do Sistema.

Os primeiros (os bolsa família) vivem de uma política assistencialista que não lhes conferem condições de alcançac algum dia uma vida mais digna e participativa das descisões tomadas em "nome do povo e para o povo". Os segundos (os sem bolsa) pagam altos impostos e ainda necessitam pagar benefícios privados para garantir melhor educação, sistema de saúde, habitação, por conta dos altos juros que o sistema bancário e financeiro lhes cobram para conceder os benefícios dos financiamentos, cartões de crédito, cheque especial, etc.

Como Renan Calheiros, e, todos os que fazem e fizeram uso do dinheiro público (que pertence à toda a sociedade) para enriquecimento próprio não são punidos? Quando uma sociedade chega a certo grau de conhecimento pela educação ela já não permite que a "velha e uma nova aristocracia" se beneficiem e enriqueçam às custas do dinheiro que deveria e deve ser destinado ao desenvolvimento sustentado e sustentável do país para toda a sociedade.

Às margens dessa Second Life da velha e da nova aristocracia brasileira vivem a sociedade e suas instituições, com seus direitos e deveres, atentas e prestes a "deletar" de uma vez por todas essa Second Life do sistema.

A ética deve ser a pré-condição essencial para ser "um homem de bem e um bom cidadão".

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Governo x Estado

Resolvi, por enquanto, não ter o compromisso de fazer comentários em meu blog diariamente. Eles serão colocados aqui de acordo com o que considero necessário e quando achar necessário.

Hoje percebo com maior clareza o papel do Governo e o do Estado: o Governo trabalha para o Estado. Levando esta afirmação em elevada consideração podemos entender que à sociedade deve satisfações o Governo, e, ao Estado deve a sociedade lutar por instituições sadias e preservá-las.
Quando um Governo permanece em desgoverno ele deve achar o rumo que o Estado clama e a sociedade deve exigir.
Governos de esquerda ou de direita não têm autonomia para fazer "distribuição" de dinheiro público, portanto do povo, sem o aval de uma sociedade organizada com base em instituições sólidas, distribuindo-o a grupos de interesses a eles (governos), afins, a cada novo Governo. Nada de novo.
Para isso, um Governo, que não diminui de tamanho e que sua influência e autonomia não estejam limitadas pelos interesses e pressão da sociedade e das instituições que a representam, deve urgentemente corrigir seu rumo.
As boas intenções devem ser concretizadas com realizações. Só tê-las não adianta.
Só podemos afirmar que o Capitalismo se sobrepõe ao socialismo marxista e/ou ao comunismo quando muitas desigualdades sociais forem extintas e uma vida digna para todos seja uma realidade.
O socialismo marxista não alcançou a igualdade a não ser a igualdade nivelada por baixo, sem liberdade, sem perspectivas, apenas beneficiando poucos também.
O capitalismo proclama dar melhores condições de vida para um número maior de pessoas, mantém a liberdade e orienta as perspectivas da sociedade. Mas enquanto existirem desigualdades dilacerantes aos olhos e à alma nenhuma forma de Governo poderá querer se dizer melhor. Qualquer vantagem comparativa estará manchada pela dor e pela fome de uma criança, de um homem, de uma mulher, de um idoso(a).
Nada de novo.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Esquerda e Direita um Juízo de Valor

Voltei a comentar em meu blog, depois da ausência por alguns dias.
O que leva cidadãos comuns a apoiar este ou aquele partido, pentencentes à esquerda totalitária ou ao capitalismo selvagem? Atributos como "totalitário" e "selvagem" servem para justificar posições contrárias, e, com razão de ser.
A discussão não está entre esquerda e direita. Mas sim a ética e a integridade de todos como um condição para se justificar a diferenciação entre esquerda e direita. No Brasil, pelo que vemos, não existem diferenças. A direita e a esquerda demonstram ser incapazes de governar para o bem comum da sociedade como um todo.
A esquerda se contorce quando um livro recém lançado diz que um cidadão educado é capaz de ser mais tolerante com as diferenças individuais e menos com os abusos de poder. A direita se coloca como descobridora do caminho para se alcançar a igualdade social e melhores condições de vida para todos.
Não dá para chamar de direita e de esquerda idéias comuns a ambos.
Nunca houve e não há interesse nem da direta e sequer da esquerda governar um povo educado. A esquerda enquanto oposição se valeu do apoio dos intelectuais contra a manipulação das massas pela direita, da parcela da sociedade sem educação, incapaz de não se deixar vendar por um bolsa família (hoje desde FHC) ou por uma cesta básica (ontem).
E, sempre fizerem uso para a manipulação das massas a imprensa parcial, tanto de um lado como do outro, esquerda ou direita, servindo ao Sistema.
Precisamos de uma reforma de valores morais e éticos pela educação. Não basta se dizer de direita ou de esquerda, tem de dizer e mostrar a que veio.
Deixemos de ser oportunistas em defesa ora da direita ora da esquerda. Vamos pensar na evolução da humanidade como um fim onde os meios éticos e a integridade, individuais, a elevem sob alicerces para formação de uma sociedade verdadeiramente mais justa e melhor.
Todo o resto é balela.

sábado, 18 de agosto de 2007

A Educação desde os Tempos do Império até FHC e Lula

Acabei de ler nas páginas da Veja.com que "Brasileiro Educado Crê na Democracia" baseado no estudo relatado no livro A Cabeça do Brasileiro do sociólogo Alberto Carlos Almeida.
Quando afirmo, o que me parece ser, que assim como Lula, FHC pior por ser Doutor e ter sido, portanto, um Presidente Doutor, não deu início a transformação nacional baseada num direcionamento em investimentos na melhoria da Educação ou na implantação de uma política de transformação da sociedade brasileira baseada na Educação.
Na verdade, jamais um Governo no Brasil quis isso.
Quando tentam dizer que a elite, digamos, "elite educada" por ter uma certa escolaridade que a diferencia dos que não têm ou não puderam ter uma escolaridade de melhor qualidade ou sequer uma escolaridade básica, jamais teve uma unidade nacional, mesmo sendo a maioria, sim a classe média é a maioria que sustenta este "país dos Bolsa Família e dos Bolsa BNDES, ou os Sem Bolsa" como disse Reinaldo Azevedo em seu blog na Veja, parece que não está na classe média o poder de realmente mudar isso.
À classe média brasileira e, só a ela, depende a tomada de rumo neste país.
Nem Lula, nem FHC nem qualquer Democrata tem essa disposição.
E, se não têm, terão que ter. Porque só uma unidade nacional que exija essa mudança nos rumos desse país, alcançará este intento.
É hora desta classe média "mostrar seu valor". Deixar de se contentar com empregos e condições que a mantém numa posição intermedária, tendo que a todo dia agradecer por não estar entre os menos favorecidos, mas sustentando com seu trabalho e impostos a todos.
Essa classe média tem que ser diferenciada do que tem se mostrado ser hoje: pensar no Brasil e nos brasileiros igualmente e, acabar com anos complacentes de iniquidades.
Criar condições para que todos os brasileiros consigam então, fazer valer que "Brasileiro Educado Crê na Democracia". Será?
Se é assim, somos a maioria que realmente transformará este país.
Temos que além disso, transformar pensando na sustentabilidade deste modelo (hoje) e em um modelo sustentável (amanhã).

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

A Igreja Católica e o (Falso) Moralismo

Até parece que quero atacar a Igreja Católica, mas é pura coincidência.
É que vemos mais uma vez padres católicos (agora na Itália, vejam só!) serem acusados de pedofilia. Não suspeitos, mas acusados e assumindo essa prática pelos agentes dessa imoralidade e covardia.
"Não se pode usar camisinha...". Não querendo ser sarcástica em situação tão delicada e séria.
O que contesto é a falsa moral de uma Igreja que sempre foi figura anacrônica em todos os tempos. Anacrônica e dissonante com os princípios da verdadeira fé e do instinto humanista.
Que os padres de bem desta Igreja possam juntamente com todos os cidadãos de bem, viver no bem fazendo o bem em prol de todas as sociedades espalhadas por esse mundo de Nosso Deus.

O Brasil Agoniza (O Mundo Agoniza)

Continuo a perguntar: o problema do atraso do Brasil e da América Latina teve como grande responsável o catolicismo? Não só, para a América Latina, mas principalmente para o Brasil, o livro afirma.
É uma afirmação que o livro "Riqueza e a Pobreza das Nações - Por Que Algumas São Tão Ricas e Outras São Tão Pobres" de David S. Landes.
Gostaria de discutir e conhecer opiniões acêrca dessa face específica de um mesmo prisma.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Poderes

Vivemos num país onde os Poderes e as ditas Instituições servem apenas para sustentar a Sistema.
Podemos citar como Poderes:
1. Legislativo
2. Judiciário
3. Executivo
4. Imprensa

Assistimos atônitos, escandalizados, revoltados a toda esta "chuva" de notícias de corrupção, formação de quadrilha, etc., do dinheiro público.

Políticos e Empresários que enriquecem as custas do uso indevido do dinheiro do povo brasileiro.

Governos se mantém no poder também às custas deste dinheiro.

Sempre foi assim. Oposicionistas de hoje, timidamente, tentam se mostrar contrários a este estado de coisas que sempre uso fizeram.

Dizem que assim é porque somos um povo de maioria católica. Que o catoliciscmo, diferentemente, das religiões também cristãs, mas protestantes, tornaram a Europa e os Estados Unidos, nações melhores.

O que vocês acham?